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25 de jun. de 2010

Teco Padaratz é contagiado pela magia do Farol de Santa Marta


O South to South Santa Marta Pro, etapa cinco estrelas do WQS, que acontece até domingo (27/06), na Praia do Cardoso, no Farol de Santa Marta, em Laguna, litoral sul de Santa Catarina, está mexendo com os sentimentos de muita gente por aqui. Histórias das primeiras viagens para cá são relembradas com ar de saudosismo e, graças à realização do evento, que é inédito na região, uma nova oportunidade é oferecida.

Para Flávio Teco Padaratz não está sendo diferente. Convidado pela South to South e pela Mídia Express, agência organizadora do evento, Teco comemorou a oportunidade. "Fiquei amarradão com o convite", diz entusiasmado. "Esse campeonato será antológico, vai ficar para a história, pelo menos é o que todo mundo está falando, como o primeiro grande campeonato no Farol", continua o ídolo brasileiro, bi-campeão mundial da divisão de acesso nos anos de 1992 e 99.

Conhecedor do Farol, o representante do meio da família Padaratz aprovou a iniciativa. "É um lugar com tanta onda, que mexeu com o espírito do surf de muita gente que passou por aqui, uma galera que conhece o Farol como um lugar místico". Para ele, o evento pode trazer desenvolvimento para a cidade. "Foi isso que aconteceu em Imbituba quando começamos com as etapas do WCT", diz ele, reforçando a importância de um crescimento sustentável.

"Fazer um campeonato aqui requer bastante conhecimento do local, não só das ondas. Em Imbituba, o WCT transformou a cidade e a gente sempre procurou manter o controle para que fosse um crescimento sustentável, algo legal, ambiental. Pode ser feita a mesma coisa aqui no Farol, mas é preciso tomar certos cuidados para que nunca deixe de ser esse lugar maravilhoso que é", alerta.

O convite para participar da etapa, trouxe motivação para viver sua nova fase no esporte. "Tenho surfado bastante, estou desenvolvendo minhas pranchas com meu desenho, que leva meu nome junto com o Guga Arruda, da Power Light". Com a primeira prancha em mãos, Teco só queria testá-la. "Estava ficando com vontade de competir novamente para colocá-la em prática, para ver se ela sustenta o ritmo de bateria".

E foi nas ondas do Cardoso que ele encontrou a resposta. "Na primeira bateria que participei, peguei altas ondas. Senti a prancha correndo pra caramba, prancha que eu desenhei, isso me deu uma felicidade dobrada. Quando sai da água, estava super feliz, não só por ter lembrado de como era o ritmo de bateria, como eu fazia nas antigas, mas também, por saber que gastei tanta energia em cima de uma prancha, que finalmente funcionou. Foi uma grande satisfação".

Nova fase - Aos 39 anos, Teco está vivendo um novo momento em sua vida, inclusive no surf, onde sempre foi exemplo. "Desde 2003, eu me abdiquei das competições, e só tenho participado de um campeonato ou outro. Na semana passada, fui correr o catarinense, na Praia Mole, e não fui bem, afundei na bateria, fiquei arrasadão, voltei pra casa triste pra caramba, até pensei que não tinha mais jeito pra coisa", confessa o ex-surfista profissional.

Com a chance de vestir novamente a lycra que por 20 anos defendeu, o catarinense de Blumenau experimentou novos momentos. "Aqui consegui lembrar como eu surfava antes, o meu ritmo, sempre fui mais explosivo. Esse foi o primeiro campeonato que me concentrei, treinei. Apesar de ter me machucado na coluna treinando, o corpo já começou a lembrar como é. Faz tanto tempo que não estou no ritmo, precisava bater o coração, sentir o cardiovascular, a respiração apertar".

Teco renasceu na Praia do Cardoso. "Na terça, o mar estava grande, dei um remadão, tomei umas porradas na cabeça, e disse: é isso ai, agora acordei, estou pronto para competição". Ao pegar a lycra, tudo estava em ordem. "Deu aquele friozinho na barriga gostoso, que dá antes da bateria, foi uma delicia, eu adoro essa atmosfera de campeonato".

Satisfeito com o resultado, ele avalia a nova fase. "Quando era moleque, não surfava tão bem essa onda. Eu não estou com a mesma remada, mas depois que subo na prancha, acho que estou surfando melhor agora, estou lendo melhor a onda. Considero que isso tem melhorado o meu surf, estou mais maduro", reflete.

Novo caminho
 - Muitos dizem que Teco Padaratz ainda tinha fôlego de sobra para permanecer na elite mundial. "Todo mundo vem me falar que sai muito cedo, que podia ter continuado. Eu não tenho dúvida nenhuma se eu voltasse poderia estar indo bem, se eu tivesse vontade, estaria no circuito, mas você não pode fazer uma coisa que não está afim. Apesar de viver a realidade, tem que buscar seus sonhos através da realidade que você vive".

E foram as filhas e sua família as razões para deixar o tour. "Abri mão disso mais pelas minhas filhas e também aproveitei para resolver alguns negócios que eu queria realizar, alguns sonhos como a música", explica. "Tinha duas filhas que estavam crescendo e eu nunca mais ia passar por aquilo. Na época, a caçula tinha dois anos e nem falava comigo direito, não ficava comigo, não me conhecia direito. Só fui conhecê-la quando ela completou 30 dias de nascida", lamenta o pai que estava a trabalho no Tahiti quando Laura nasceu.

"Eram etapas importantíssimas do circuito", se justifica. "Apesar da minha esposa entender, ter sido muito parceira, eu perdi o crescimento delas que não volta mais. Quando fui ver, elas já estavam crescidas, com personalidade própria, eu não estava junto. O tour é puxado, daí eu pensei, está na hora de parar, tenho uma série de oportunidade que estão aparecendo na minha mão que eu adoro fazer".

Novo som - Com a saída do tour, Teco começou seu novo projeto. Aprendeu a cantar, tocou em várias bandas e agora está se preparando para uma nova jornada. "Estou lançando meu disco mês que vem, meu primeiro disco solo", revela o surfista músico. "Sempre participei de bandas, já lancei alguns discos e agora estou fazendo meu primeiro trabalho solo com uma série de convidados".

Com o título Verdade Sempre, toca em seu novo CD o pessoal do Dazaranha, do John Bala Jones e Iriê. "É um monte de gente que tem me influenciado, esse meu disco novo está lindo, vai ter orquestra, minhas filhas (Julia e Laura) cantando. Finalmente consegui fazer minha obra musical, que sonhei há muitos anos", comemora Teco que irá tocar violão e cantar no campeonato, ao final de tarde de sábado.

"Os caras da banda são muito feras. O baixista Daniel Lima é o engenheiro de som, que está mixando todo o disco no estúdio Pimenta do Reino, que está me patrocinando. O baterista é o Ginho Bernardes, que toca na banda Mirabilis; o guitarrista Marcos Ciampolini é o meu Az de espada, que me acompanha há 15 anos, desde a época em que eu era o baterista do Surf Explícito", apresenta Teco os seus músicos.

"Estou muito confiante, o som está saindo legal, além de versões minhas de músicos como Ben Harper, Jack Johnson, Beautiful Girls, toco também as minhas músicas. Começamos devagar com bastante violão e no final, o som fica porrada. A galera vai curtir no sábado". Feliz com a nova vida, ele ainda tem um sonho. "Esse é um momento muito importante da minha vida, porque estou voltando a surfar para completar o tripé do que eu curto fazer: filme, surf e música. Se puder juntar esses três, cara, estarei bem, quero me aposentar desse jeito".
Foto/divulgação ASP

Por:  Marcos André Araújo


Autor: Redação Camerasurf
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