
Se fizermos uma lista com todos os países do mundo onde há surfistas nacionais (e aqui excluo os viajantes), praticamente todos são democracias, com liberdade de expressão, pluralidade de opiniões, etc. – e isto é tanto mais significativo, quanto os países democráticos são, mesmo hoje em dia, uma minoria entre os países do mundo.
Lembro-me de algumas exceções, mas estas já pertencem à historia, como a África do Sul sob o Apartheid ou o Brasil durante a Ditadura Militar, mas mesmo nestes, os surfistas geralmente comportavam-se, ou pelo menos eram vistos pelo Poder, como rebeldes subversivos, que viviam um estilo de vida alternativo ao imposto. Por exemplo durante o regime do Apartheid era proibido a um surfista negro surfar em Jeffrey’s Bay (a praia era considerada “Whites Only”), mas a comunidade surfista branca da mesma praia mobilizou-se contra essa proibição apoiando campeonatos de surf multi-raciais, entre outras acções – e já agora, no seu discurso de vitória no Billabong Pro J-Bay 2010, Jordy Smith referiu que esse dia era também especial por coincidir com o aniversário do Nelson Mandela (o 92º).
E as sociedades democráticas em que a prática do Surf é residual, como por exemplo em países como a Suécia, a Noruega ou a Finlândia? Acredito que continua havendo essa relação positiva entre o grau de democracia de uma sociedade e o Surf, porque este, pelo menos em “alma”, acaba por estar presente com os esportes “irmãos” - o Snowboard e o Skate -, à volta dos quais se têm desenvolvido estilos de vida específicos, mas com muitos traços comuns com o Surf.
Foto/Divulgação
Fonte: Pedro Quadros.
Autor: Redação Camerasurf
